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Amy, um sonho

E o que 90% das pessoas que sabiam, ou achavam que sabiam, quem era Amy Winehouse esperavam ansiosas por anos, aconteceu – ela morreu tragicamente. Sim, sim, tinha aquela de que pelo andar da carruagem dela, para todos isso já era uma tragédia anunciada, mas né, a gente, que não queria esperar isso de forma alguma e muito menos ansiosamente, ainda tinha esperança de que ela voltasse com um terceiro álbum incrível estando totalmente sóbria. Porque era assim que nós - verdadeiros fãs - esperávamos por ela: torcendo por sua sobriedade, por um amor na sua vida, por sua saúde e por muita música boa – coisa que ela sempre soube fazer.
Preciso mesmo expressar meu ódio e repúdio às piadinhas que estão rolando na internet a respeito da morte de Amy? Ok, ok, ela se deixou levar pelas drogas e tal, e claro que ninguém em sã consciência vai apoiar isso, e ok que comecem os discursos clichês sobre o que as drogas podem causar e blá, blá, blá... Mas por favor, vamos separar bem as coisas aqui – Amy, a pessoa, a amante incurável, a artista foi e, agora que virou mito, sempre será absurdamente extraordinária. O que ela trouxe para a música num curto espaço de tempo é incrível e ainda mais com sua idade e, principalmente, pela intensidade que ela sempre botou o seu banquete de sentimentos e emoções para o deleite de seus verdadeiros apreciadores, que a entenderam como um amigo ouvindo o outro contar os seus problemas e muitas vezes identificando-se pela força que eles causam.

Nessa madrugada, de Sábado para Domingo, pela primeira vez, eu sonhei com ela. Foi um dos sonhos mais fodas que já tive. Ela estava lá, num daqueles palcos de uma festa de prefeitura de uma típica cidade do interior nordestino. O cenário era totalmente improvável para um show de sua magnitude, óbvio. Mas como todos os sonhos não fazem sentido, esse também não fazia. E ela estava lá LINDA, com seu vestidinho clássico de lacinho, de estampa de bolinhas, seu penteado e maquiagem distintos, seu broche de coração com o nome do ex, que sempre amou, Blake, e cantava uma de suas canções que mais amo – Valerie. Eu estava longe do palco quando a canção começou e corri para perto pra cantar junto com ela aquele refrão simples e poderoso – Valerie! Valerie! Valerie!
E sabe o que foi mais legal nesse sonho todo? É que eu não lembrei um só segundo que ela estava morta. Não era um fantasma, não era alucinação. Eu a via como sempre desejei ver – linda, como em seu primeiro DVD. Acordei arrepiado numa mistura de alegria e tristeza. Alegria pelo sonho, tristeza pela realidade. Foda.

Depois disso, acho que não tenho muito a dizer agora. Só quero que passe essa onda de especulações e piadas infames contra ela para que nós fãs possamos nos despedir dela com dignidade. No mais, só tenho a agradecer a você, grande Amy, por ter me proporcionado momentos de sentimentos intensos todas as vezes que pensava em alguém e uma canção sua me vinha à cabeça; todas as vezes que sozinho em casa dançava ao seu som, viajava nas suas letras, na sua voz, e me comovia como raras vezes tocado por uma cantora nova. Muito obrigado. A comoção continuará. Outros amantes e situações da vida continuarão a ter você como trilha sonora. A alegria em dançar por sua causa continuará. Você permanecerá. Para sempre.
Danttas

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